quinta-feira, 1 de maio de 2008

Som Do Som

às vezes eu acho que é o som do som ligado, sem música,
o chiado quase inaudível;
às vezes podem ser as decepções em seqüência
e a beleza de algumas pessoas a me escravizar;
talvez sejam os cem porcento de certeza em um fim qualquer
ou a divagação diária sobre o dia em si...

procuro meios ilusórios, já que insisto em me sentir adequado,
e acabo rimando beijo com catarro, mau hálito com Amor e pedras com dois reais.
meto as mãos pelas pernas em busca do umbigo,
como torta de cebola gelada e considero diamante,
quero um cigarro infinito,
e uma verde garrafa de vinho branco.

milimétricamente acompanho meus próprios passos
aceso por senso crítico.
martirizo,
escravizo,
e nego
em meio ao processo de auto-aceitação.

gosto que me imponham limites, essa é a verdade,
me sinto acariciado, protegido,
mas gosto que isso seja de forma disfarçada,
para que eu me sinta um pseudo-autônomo
e, conseqüentemente, normal.

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