quinta-feira, 1 de maio de 2008

Meus Galhos

não quero ter um câncer.
não quero caber em mim.
quero tanto a soltura dos cernes
como não dar acabamento ao todo.

falo da fluência íntima
e dela expressa na câmera de segurança que me fita,
a tal cujas lentes rachadas já não me intimidam mais.
e sequer falo de irresponsabilidade crônica,
só de conforto.

vinha me danificando em podas ao invés de crescer de maneira funcional.

a voz era sincera e feliz,
as palavras eram cortantes como previ,
o vazio não havia,
mas nem a angústia havia,
nem decepção,
talvez nem verdade...

ai, cara... nem verdade.
e é por isso que a tesoura está verde,
é de tanto tentar manter o que mais me tem feito feliz,
seja lá como for:
podando,
fluindo,
morrendo,
gritando,
calando,
querendo,
querendo,
querendo sem poder ter.

não quero ter um câncer.
não quero caber em mim.
quero transbordar e
- MEU DEUS! -
sobre alguém...

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