quinta-feira, 1 de maio de 2008

... E Cobra Do Mundo

escrevia cartas e mais cartas em datas festivas considerando sempre um insulto não obter alguma resposta, uma que fosse. deixava de escrever para aquela pessoa, não mais telefonava, deixando que seus relacionamentos seguissem um fluxo de ganho e perda sem a menor administração voltada ao desenvolvimento das aceitações.
não via sentido em procurar quem não o procurava, não havia tolerância, tratava-os como descartáveis. externamente só existia o que considerava válido ou digno de fazer parte de seu mundo. e possuía uma vida social bem preenchida de pessoas solidárias, simpáticas, e não por convenção mas por afeição a ele. enfim, nunca estava só. o desapego não era exatamente racional mas apenas a reação mais acessível, como que instintiva.
quando por acaso encontrava alguma das idas pessoas não dispensava acusações, agia como se fosse uma força da natureza que dá o contraponto dos acontecimentos de maneira proporcional, sem titubear ou medir as conseqüências. sempre justo, de acordo com seus preceitos.
reflexões eram desnecessárias, coisa de quem não tinha com o que ocupar o tempo, em seu mundo matemático não haviam dúvidas. mentia com justificas internas bem sólidas e detalhadas. sentia-se esclarecido demais desde suas lembranças mais antigas, como se nascera sabendo de tudo, o que não deixa de ser verdade se levadas em consideração as áreas de aplicação de seus conhecimentos.
em momentos de espectador não era crítico pois não tentava formar opniões próprias complexas, apenas observava da maneira mais pura possível
era desprovido de timidez, medo, aflição ou qualquer sentimento que não o fizesse bem. era sempre conhecido por seu bom humor, considerado um "espírito de luz" inclusive, por ser muito caridoso com desconhecidos. além disso só havia o ódio, um ódio muito intenso que o fazia querer que todas as pessoas fossem espelhos seus.

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