quinta-feira, 1 de maio de 2008

Pequenos

é o barulho fantasmagórico dos motores no de ontem para hoje que me adormece o esquecimento constante que é estar acordado. tivemos um dia estranho, como de costume é quando estamos juntos. gosto de conhecer pessoas, você bem sabe... gosto de ouvir os batimentos cardíacos e sentir a pulsação, gosto do som arranhante de um pulmão experiente, gosto dos feromônios e gosto de como os percebo.
culmino num olhar disperso de dia seguinte descartando as possíveis ramificações dos acontecimentos sempre que algum estímulo, por mínimo que seja, contraria minha vontade de estar. sabes da minha saída repentina, sabes que veio de ti e da tua irmã, e que me lembro.
há muito o que fazer, mas nada que me faça sentir que devo.
tenho cisos que incomodam e que sensibilizam minhas gengivas. tenho medo de perder os dentes e ser feio.
sempre tive esse medo de ser feio um dia, o que me faz pensar na feiura constantemente, me sensibilizar com ela, quando precisa de minha atenção, me transformar...
são muitas as idéias repetidas, muitos dias e noites, muito chá mate e ameixas com cigarros. muitas aspirações, traspirações, e difíceis respirações inspiradas.
acho que tenho um câncer e tudo o que posso fazer é prolongar.

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