quinta-feira, 1 de maio de 2008

o PRAZER dos cotonetes

nada muito intenso além da contemplação do constante fim, ridículo que é, mesmo que, ou enquanto, objetivo inevitavelmente desejado pelo mero desenrolar dos desejos aleatórios. preocupações descartáveis pululam todas as minhas situações e, por mais que sejam tempestuosas, como destrutivas tanto quanto como admiráveis, não me fazem sequer sentir a brisa paródica de um tornado. as responsabilidades são aspirações e eu quase desisto do querer. mereço conforto? carinho? elevo o tom da voz mental que me faz discorrer sobre o rotineiro limite que é estar vivo e deixo meus dedos calarem o que seriam palavrões berrados para o cristal da tela. a verdade é que sou moderado por isso canso apenas de uma coisa por dia. hoje cansei de buscar, cansei do esforço social, talvez ele me acometa em algum momento mas sob outra fachada, pois não me enganará tão fácil essa sensação de dependência. eu repetiria "não preciso" agora mas devo ser convincente. antes eu queria uma voz que penetrasse os meus ouvidos como cotonetes, até o timpanos, mesmo que o risco de uma cisão na haste fosse alto. os otorrinolaringologistas fingem que não querem lucrar com acidentes e insistem em nos dizer que os cotonetes só servem para a limpeza externa da concha auditiva. só para a limpeza externa! mas a divulgação negativa também é uma ferramenta, a melhor inclusive. sendo assim volto ao início, mas sem escrever, só deixando as reticências...

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