terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Sem sabor

(C7+ D7° Dm7 G G7) G7
faça do teu espaço um céu
que o meu não por acaso é só porvir
e do teu beijo um mel
no qual o meu unami não possa intervir

(Am7 Am7+ F Fm Em Dm7 E7 B° G)
sempre há um novo depois
ou deveria assim funcionar na lógica

(Am Am7+ Am7 F E E7/G#)
que lógica nos rege
se o ponto que nos fere é ser?

(C7+ D7° Dm G G7) G7
conte com teus amigos meus
que eles não por acaso estão aí
sobrou-me o breu e o breu
é o que eu preciso pra não me iludir

(Am7 Am7+ F Fm Em Dm7 E7 B° G)
sempre há um novo depois
ou deveria assim funcionar a lógica, não?

(Am Am7+ Am7 F E E7/G#)
mas lógica aqui serve
a quem prefere ser

(C Fm)
sem sabor

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Não deixo a vida me levar

(Am E D Am Am E D)
A espera resulta numa avaliação
mais intrínseca do que se faz questão
e assim desnudam-se dados além da compreensão
que se obtêm após a interrogação.

Que lógica há em reclamar cotidianos
que se estendem vazios por anos e anos.
Reclamando assim, com duplo-sentido, lembramos
do lugar que por acaso habitamos.

(B D7 E E7)
Não, não! Não deixo a vida me levar
se ela conclusivamente não sabe me agradar.

(Am E D Am Am E D)
A que mecanismo eu me adequei
se o que todos nascem sabendo eu não sei?
E falto às obrigações, pra tomar banho em vulcões,
meu hobbie é ser serial killer de reis.

O meu destino é me destinar
não ao destino que o destino me destina
mas a um destino indelével que está sempre a distar
do que destino é e de como se dista.

(B D7 E E7)
Não, não! Não deixo a vida me levar
se ela conclusivamente não sabe me agradar.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Jimi

(Am E C7 F G# Am E C7 F Fm)
aways looking smaller than he really was
Jimi used to say it's fine
at the point they didn't wait from him a big number
or efforts to be another hype

(Em Am D7 G E7/G# Am E7 Bb7 F Fm Am)
due to his shyness
and the reasonings he builds up to mask
that what he wants, instead
of being social lame, is to last as genius

(Am E C7 F G# Am E C7 F Fm)
Jimi listened to lots of jokes about his name
and fearing not to fill up their blanks
he decided to be the best there was without waiting for fame
but just a sincere thanks

(Em Am D7 G E7/G# Am E7 Bb7 F Fm Am)
due to his shyness
and the reasonings he builds up to mask
that what he wants, instead
of being social lame, is to last as lover

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Que é Tudo

(A#* A* F* F***)


Donde descem os olhos,

Desde topo ao botão,

Desde a pompa à humildade

Donde o této é o chão.



(C7+ G/B C7+ G/B C7+ G/B G Em****)

Percebo-te aprumar

Sem complementação.

Alio teu julgar

À minha percepção.



*Corda Sol

** Cordas Sol e Ré

*** Corda Ré

**** Só o bordão

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Homem Bomba

(E) Fm
repeti
o erro de milhares
(A) Bbm
de mil
(E) Fm
meu eu no epicentro

quis
o melhor dos melhores
para ser
meu eu sem lamentos

Bbm Fm
limpo os cacos do povo que foi
Bbm Fm
conto quantos, conto quantos. quantos!
Bbm Fm
pelos cantos, sob e sobre coisas ao redor
Bbm Bm
pelos cantos, pelos cantos.

refiz
desatento, a trama
que então
me enlouquece e me zomba.

(E) Fm
sobrevivi
(E) Fm
ao maior dos desastres,
(A) Bbm
logo eu,
(E) Fm
homem bomba.
cabum!

cabum!

cabum!

acabou.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Nau

(Em)
longeva é a brisa navegável
de um náufrago incansável
Am                B7
nunca o vento mas

Em
sua verve que independe de ondas
                                        Am
apreciava aquela brisa de morte
          B7
pelos pelos
           C                                               Em
sob os quais o tempo reclamara-o justiça e
         Am A° Bb7°D7° (Em)
onde jaz o seu pecar.

o ponto forte era a lembrança
de um tempo de bonança
além de um parco sonhar

as águas não passavam medo
o equilíbrio era do apêgo
de mero amor ao mar

     C                                                       Em
os sais arrebentavam seus lábios calando o cantar
          Am                        A°                             B7 D7°
que aliás soprava a vida cantante em vias de se calar.

Em
cesse o afundar
                  Am
e respire a culpa.
            Bb7°
cesse a culpa
                   B7
e afunde no mar.

                    Em
cesse o afundar
                 Am    Bb7°
e respire a culpa.
             B7 (B7 B#7 A7 C7)
cesse a culpa
                 Em
e afunde o mar.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

A alegria das benvindas lágrimas (música)

Era o limite do fim
quando de fato se deu
o cisco,
o choro.

Em coro berraram-me os anjos
a perceberem que era eu
o dono
do olho.

Incrédulos a gargalhar
desceram quase a aterrisar
no pico
dum morro.

Mas logo caíram em si
e puseram-se logo a subir
com medo
do fogo.

Olharam-me sérios de lá
como deviam olhar
um vivo
ou um morto.

Senti-me como que emergindo,
ao vislumbre do que me cercava,
do fundo
dum foço.

Do qual medi com meu tempo
um balde prenho de água,
da pura,
sem lodo.

Hei-la vertendo feliz
reversa à vida que fiz
pra mim,
pros outros,

Livre como sempre quis
como se houvesse um chafariz
detrás do
meu rosto.

Bomba (música)

Fina linha tensa atada à trama que se desfez
trêmula de tanta falta de crença. Em minha vez
eu fiz de tudo ao meu alcance afim de só te ver sorrir
e confiei nosso levante á vida leve a vir.

Sonhei.
Sonhei.
Sonhei.
Mais uma vez(:)
Sonhei.

Fui da lama ao limo, numa longa vertigem,
e ao cimo da aliança que se dava ainda virgem.
E eu pensando ser aquele... eu pensando ser quem te...
Enfim não fui. Só aguardo o fim de meu ganir.

Perdi.
Perdi.
Perdi.
Mais uma vez(:)
Perdi.

É um erro ser sincero quando não se tem
a alheia confiança. É falho estar aquém
das metas alcançadas por mera meditação
feita por outrem sobre em que consiste a perfeição

Veio me pedir que eu não tivesse alguém
e deu-se ignorando de nós quem
retinha ainda a dor dessa separação
que torce os nervos por dentro de meu...

Sofri.
Sofri.
Sofri.
Mais uma vez(:)
Sofri.

Mas (música)

oDIAR É ESTUPIDEZ
e ESTUPIDEZ JÁ BASTA A SUA,
a CADA VEZ NOSSA CONVERSA
tORNA-SE MAIS E MAIS CRUA
e ME APARECEM OS ESFORÇOS
eM REPETIÇÕES DEMAIS,
tANTAS QUE TENTAR HARMONIZAR
pARECE-ME ANDAR PRA TRÁS

mAIS.
Mas...

eU NÃO DESISTO DE SER CONSCIÊNTE,
vOCÊ PARECE NÃO ME CONHECER,
nÃO SOU DADO À INSISTÊNCIA
e SEI O QUE POSSO QUERER.
eNFIM PASSOU-ME O TEMPO DE PEDIR,
dE QUERER CONSERTAR,
e NÃO QUERO QUE TE ESFORCES MUITO
cOMO TENS FEITO PRA SE IMPORTAR

mAIS.
Mas...

Lembre-se de que eu estou aqui...
Lembre-se de que eu estou aqui pra ti

mais...
mas...

Poema

Sou teu chão
como és pra mim
Sou teu não
como és meu sim
como és minha sim
como és
Minha manhã
Minha manha

Sou teu inverno
como és de mim
Sou teu inferno
como és meu sim
como és minha sim
como és
Minha manhã
Minha manha
Teu sol
Teu sou

Sou teu ato
como és em mim
Sou teu fato
como és meu sim
como és minha sim
como és
Minha manhã
Minha manha
teu sol
teu sou
teu medo
teu modo
tua casa
tua coisa
teu nome
tem homem
tua fome
teu clone

Indivíduo (música)

Reles réu, digno de nada, fui.
Concretude, dureza, inflexibilidade.
Por menos de uma frase tudo rui.
De um coração à uma cidade.
A leva de princípios agride.
A lava que se espalha é linda.
Inabalável, quente, colorida.
O ser belo a tudo finda.
É vã qualquer tentativa de sobrepujar.
Não nos cabem as mãos no crânio.
Antes fosse fácil como modelar.
Moldes humanos. Moldes humanos.
Produzimos em série a vida.
Início de novo regime.
Dieta anti-calórica.
Contra o verbo Ser um crime.
Não me queira mal, eu não
me queira
mal
eu.

Colisão de egos (música)

Operas como um remédio amargo
quando próxima às minhas têmporas
suspiras a culpa e as saudades.

Resisto querendo ser aberto,
contra qualquer ato contido,
tolir tais impulsos é um erro.

Refiro-me ao vazio que é teu,
quando a mim preenches
transbordando-me em bis.

O que não vês é ausente,
ao que te toca há repulsa
e o que sentes não é de mim.

A demora é rápida
quando aguardar é ato
prenho de sinceridade.

Desejo (música)

Era inquietude na quinta,
uma navalha que me sobe
desde os pés, por entre os dedos,
e estaciona-se no estômago
a girar.

Era um pesadelo oculto
por tua ausência de voz e tato.
Afinco era meu nome em tais dias,
submerso no escuro de minha cegueira emocional
a recordar.

Era a vontade de subir ao cume
resistindo à gravidade, ao medo, ao frio,
refazendo de tantos o caminho,
celebrando a conquista do espaço,
a voar.

Resumo (música)

Sempre cabe a mim reaver
por mais que eu compartilhe a mágoa.
Esforço-me por entender
porque até o bem que fiz foi falha.

Outra, coisa se bem me lembro:
era eu quem mais queria mudança
e a propus em muitos momentos pois
Toda rotina me cansa.

Mas eu não sei te culpar.
Vejo meus erros de uma lado da balança
n'outro ponho o que dei de melhor
e aguardo que afiras, morrendo de esperança.

Mudei-me de casa para dormirmos em paz,
te ajudei a ver melhor tua irmã e teus pais,
aliviei teus pés e costas do peso do mundo,
quando de mim precisastes não perdi um segundo,
te acolhi no pânico te educando a respirar
sorrisos lançados por mim pelo ar,
traí teu orgulho falando demais
e quis o teu corpo
quando não o querias mais.

Os Erros (música)

Sobre nossas cabeças não há
nenhum paraíso que valha
mais do que este em que nós pisamos,
trilhando um caminho insano para nenhum lugar.

Eu não queria viver assim,
ocupado até mesmo para mim.
Dizem que um dia terei descanço...
mas não me engano, será meu derradeireo fim.

Onde pretendo chegar
se pretender é ousar
e ousar é não temer?

Onde pretendo chegar
se o medo impede de errar e de esquecer
os erros?

A lua (música)

Hoje é a Lua quem manda.
Será que ela mudou?
Para o céu nunca mais olhei
durante o que se passou.
Mas sei que ela me assiste,
disso nunca duvidei,
mesmo estando atrás de nuvens
quando mais precisei.

A Lua leva consigo
a culpa de muita coisa,
então se nela me vejo
não deve ser a tôa.
Sei que quando ela fica cheia
eu me sinto bem leve
e tudo o que me incomoda
se dá breve.
Bem breve.