quinta-feira, 1 de maio de 2008

My Self

Nada me surpreende se tudo é surpresa. E dessa vez não há nada a se escrever, apenas ato em si, escrever por escrever, pela vontade, o prazer... E tenho aprendido o meu amor, como se aprende a andar: no início só grito por incapacidade; depois me rastejo, locomovendo-me por lugares macios; então tomo a coragem para me apoiar nos joelhos e arrastá-los no chão, sem o menor medo de um ferimento apenas o prazer de se estar indo em direção ao que se quer, mesmo sem saber se tal objeto é de utilidade ou não, pouco importa, o que importa é o prazer da locomoção, e pouco importa também que eu derrame líquidos nas pessoas ou quebre suas bugingangas, a única coisa em que pensava quando era assim é que elas deveriam sair da minha frente, por mais úteis que me fossem em outros momentos, ali, estavam sendo obstáculos; após isso me apóio nas coisas, deixo de lado o "reprimir obstáculos" e passo a usá-los para me erguer até que consiga a plena capacidade para caminhar e escolher minha direção. Estou sentindo esse solitário e gratificante caminhar de uma maneira natural que pode ser até ofuscada pelo fato de estar sendo escrito aqui, mas não. Estou escrevendo por relaxamento, tranqüilidade. Raras foram as vezes em que me dispus a criar algo sem uma emoção negativa como combustível. Essa é uma delas, quiçá uma das principais. Não há nada melhor do que ter essa sensação de estar a vontade plenamente, mesmo cometendo erros em seqüência misturados com os valores que dou ao alvo dos erros, até quando positivos. A segurança que ela me passa foi o "gatilho", e como tenho usado essa palavra ultimamente! Tenho vivido em meio a um tiroteio psicológico permeado de ansiedade e negações estigmatizadas conscientemente em minha personalidade, auto-impostas. Sei que ainda não estou livre, e talvez nunca esteja, nunca seja, pois não há nada pleno que possa ser compreendido por alguém limitado como eu. Tudo que me impulsiona a tomar ciência dessas minhas nuances é o quanto é bom pensar naqueles em que se ama. Pensar nisso é o melhor exercício já que pro pensamento nada se paga. Não há a hipocrisia do "pense em mim, chore por mim". Sinto orgulho de mim por estar com vocês.

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