sexta-feira, 2 de maio de 2008

Conforto

canta a tua canção presa
ridicularizando o que de ti não vem
para que todos ouçam.

preferiria que não temesses meu tato, meu afeto,
pois não aceito nada que me venha de maneira forçada
mesmo que eu pareça gostar.
é claro o meu prazer em me sentir a vontade graças a alguém
e é bom que cortem,
me imponho a solitária,
quero respirar meu carbono e desacelerar o coração.
que ele bata lento para que apenas eu possa sentir,
ou para sequer senti-lo.
ele deve permanecer ali, quase a esmorecer.
deve tomar consciência dos pulmões opressores que vão e vêm
assim como das costelas que oprimem os pulmões,
e dos músculos e nervos que oprimem as costelas,
e da pele que oprime os músculos e nervos,
e do que for que esteja presente no éter que oprima a pele,
mesmo que seja a tua.

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