quinta-feira, 1 de maio de 2008

Paixões Da Bela

foram muitas decepções seguidas que a fizeram crêr que o problema estava em si mesma.
há algum tempo já vinha percebendo as diferênças nos olhares do porteiro, do rapaz do bar e do da farmácia, mas, sem muito pestanejar, considerou-as coisas de sua própria cabeça.
achava-se bela, e realmente era, ouvia elogios com muita freqüência, tanto direcionados a sua aparência quanto à sua educação, sua cultura e inteligência.
não era bem sucedida economicamente pelos padrões que considerava justos de acordo com seus talentos, mas esse não era o problema que mais lhe ocupava a mente pois, apesar de ainda não possuir um objetivo, tinha capacidades de adaptação e improvisação louváveis em diversas situações. sabia aproveitar as oportunidades, só achava que sua hora não havia chegado.
em suas reflexões não conseguia compreender o fato de nunca ter vivido uma verdadeira paixão que fosse correspondida de maneira proporcional. seus relacionamentos, todos duradouros, hoje lhe pareciam artifícios no combate ao tédio. paixões que não fossem distantes só lhe haviam ocorrido três vezes, ambas recentes, sendo a primeira mais intensa. nas três fora trocada, na última por uma companhia teóricamente menos importante, segundo as palavras da própria pessoa, na penúltima pela necessidade de curtir a vida, pelo que demonstraram os atos frívolos do aspirante a seu conjuge e na primeira pela solidão. ainda não compreendeu porque essas pessoas a corresponderam se não era a intenção real delas.
me fez algumas perguntas em busca de um conselho ou uma experiência pessoal. tudo o que consegui dizer é que ela havia vivido três grandes paixões em menos de um ano e que talvez elas permaneçam suspensas até que encontre uma resposta.

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